terça-feira, 9 de agosto de 2011

Dexter – quinta temporada

Spoiler Alert!


Considero Dexter a melhor série atualmente no ar (porque Lost acabou, é calro). As quatro temporadas anteriores foram de qualidade muito alta, com uma narrativa muito criativa, regular e extremamente eficiente. Afinal de contas, contar a história de um serial killer policial, que leva uma vida dupla como o Superman anti-herói e fazer com que as pessoas ainda gostem dele e torçam por ele não é tarefa fácil.

As temporadas pra mim são como um longo filme de 12 horas de duração (têm 12 episódios de 50 minutos cada aproximadamente). A estrutura não é cansativa como a de séries como House e CSI, em que cada episódio tem a sua própria história que segue uma fórmula que tende a se repetir em todos os outros. A linha narrativa de Dexter segue contínua ao longo da temporada, e também ao longo da série em si, não perdendo o foco do desenvolvimento dos personagens e nem contando histórias desnecessárias.

Toda essa qualidade está presente nesta quinta temporada, mas em menor escala. Digamos que se a primeira tivesse o mesmo nível dessa quinta acho que não gostaria tanto da série. Os dois casos de serial killer, o das garotas nos barris e o caso santa muerte, deixaram a temporada um pouco fora de foco; sem contar que a resolução do caso santa muerte não foi muito satisfatória. Parece que ele foi apenas uma ferramenta do roteiro para a história poder chegar onde os produtores queriam.

A motivação do assassino principal, que sempre teve sua lógica tão bem desenvolvida e explicada (o porquê do sujeito ser um serial killer como o próprio Dexter) aqui fica um pouco no ar e não me convenceu muito. Acho que pode ter sido um pouco pela atuação limitada de Jonny Lee Miller como Jordan Chase (pareceu-me de longe uma tentativa de imitar a performance de Tom Cruise em Magnólia) ou mesmo falha do roteiro. A subtrama envolvendo Quinn e sua suspeita de Dexter ter alguma relação com o Trinity Killer foi muito interessante; mas o tratamento da relação de LaGuerta e Batista me soou um pouco forçado. Já o relacionamento de amizade que Dexter desenvolveu com a vítima sobrevivente Lummen foi vital para o sucesso da história, porque mostrou uma faceta de Dexter que eu nunca tinha antes visto: ele sendo ele mesmo com uma pessoa; diferente até do que na terceira temporada, quando ele encontra um “parceiro” de crime. Gosto muito dos personagens, do tema e de como ele é tratado, além de a série criar um suspense de primeira.

Quero acompanhar ainda a vida do meu serial killer favorito por algum tempo, mas espero que a série se recupere e volte à qualidade do início.

Para os que não sabem, a sexta temporada começa mês que vem.