segunda-feira, 15 de agosto de 2011

The Walking Dead – 1ª temporada

Criador: Frank Darabont

Baseado no grafic novel de Robert Kirkman

Num mundo pós-apocalíptico, o policial Rick (Andrew Lincoln) acorda no hospital depois de ser baleado e descobre que a cidade em que vivia agora é habitada por zumbis e todos os humanos não infectados estão desaparecidos ou escondidos. Nesse cenário ele tem que tentar manter-se vivo para encontrar sua esposa e filhos. No caminho ele conhece Glenn (Steven Yeun) que o ajuda a fugir dos zumbis e se propões a levá-lo a um grupo de sobreviventes que se encaminha para Atlanta, a última cidade não dominada pelos zumbis.

Com uma carreira bem sucedida no Cinema que inclui títulos como Um sonho de liberdade, À espera de um milagre, Cine Majestic e O Nevoeiro, Frank Darabont agora produz para TV essa série muito acima da média que trata do excessivamente explorado assunto zumbis de forma criativa, séria e interessante, baseado na série de grafic novels de Robert Kirkman.

Acostumado a adaptar as obras de Stephen King para o Cinema, Darabont sabe criar um clima sombrio e sem esperança, que é exatamente no qual os personagens da série se encontram. Afinal, qual o sentido de se viver num mundo que não possui mais nenhuma organização política ou social, existem zumbis querendo devorar os humanos por todos os lados, a comida é escassa, e a maioria das pessoas que você ama ou se tornaram zumbis, ou comida de zumbis? Diante desse quadro, o suicídio parece a melhor opção, mas Darabont explora a força e o instinto de sobrevivência dos seres humanos na sua essência. E claro, o policial Rick tem seus motivos para continuar lutando: acredita que seu filho e esposa estão vivos em outro lugar. E, além disso, bondade ainda pode ser encontrada em pessoas mesmo num mundo devastado por uma “epidemia” tão pavorosa.

Qualquer falta de cuidado com o roteiro poderia fazer com que a série se tronasse ridícula e sem propósito, mas Darabont desenvolve o conceito de um mundo dominado por zumbis de forma genial, explorando todas as possibilidades dramáticas que a situação pode oferecer. Ele já havia feito isso com talento em O Nevoeiro. A maior ameaça existente no fim das contas são os próprios humanos, aqueles que não se transformaram em zumbis. Do que as pessoas são capazes para se manter vivas? Se na sociedade normal, os desvios de caráter são pouco percebidos pelos demais por falta de oportunidade às vezes, numa sociedade pós-apocalíptica sem regras, as piores facetas da personalidade de cada um é mostrada. Os escrúpulos desaparecem e junto com eles as máscaras caem, revelando os lados mais sombrios das pessoas. É nisso que Darabont se concentra, acertando em cheio, fazendo com que a série seja um ótimo estudo de personagem e da raça humana por conseqüência.

A direção de arte e os efeitos visuais são eficientes e impressionantes para uma produção para TV. O elenco, apesar de ser totalmente desconhecido para mim, está afinado e se mostra a escolha perfeita.

Mal posso esperar para começar a ver a segunda temporada.

Nota: 9