terça-feira, 26 de outubro de 2010

À espera de um milagre (The Green mile)

À espera de um milagre (The Green mile) - EUA - 1999


Direção: Frank Darabont


Roteiro: Frank Darabont, baseado no livro de Stephen King


John Coffey (Michael Clarke Duncan) é um homem negro, pobre, com mais de dois metros de altura condenado à morte pelo estupro e assassinato de duas meninas em 1935. Na cadeia à espera da sentença, ele conhece Paul Edgecomb (Tom Hanks), começa uma amizade e ambos acabam se ajudando, em grande parte devido ao miraculoso poder de cura de John, que ajuda Paul com sua séria infecção urinária e também porque um ajuda o outro a crescer enquanto pessoa. Diante disso, o policial Paul decide investigar a fundo o assassinato das garotas, por acreditar que John não é culpado, e ao mesmo tempo, arquiteta um plano para ajudar a esposa de seu melhor amigo que está com um tumor no cérebro a ser curada por John.



Depois de dirigir o maravilhoso Um sonho de liberdade em 1994, também baseado em um livro de Stephen King, Frank Darabont mais uma vez adapta uma obra de King com um resultado muito interessante. A história possui a mesma intensidade emocional do longa de 1994, conseguindo contar uma história forte, mesmo com seu tom fantasioso e sobrenatural, nunca deixamos de nos importar com os seus personagens e com as situações por que passam. A injustiça à que John está submetido, a falta de caráter e odiosidade do oficial protegido, a luta de um homem para salvar sua esposa, a jornada emocional e de crescimento pessoal pela qual Paul passa, o companheirismo de seus amigos, e um tema distante pra nós, mas que traz muita reflexão para nossa existência: a imortalidade e o que ela representaria para os seres humanos. Existem esses e tantos outros arcos dramáticos no longa, todos intensos e muito bem desenvolvidos.


As performances de Hanks e Duncan são o fio condutor da narrativa. O primeiro, intenso e extremamente talentoso, consegue exprimir sentimentos e reações apenas com os olhos. Duncan, por sua vez, encarna John com uma inocência e senso de caridade impressionantes. Ver um homem de dois metros de altura chorando compulsivamente poderia soar ridículo, mas não é. Os momentos em que John surge na tela são sempre ternos e sensíveis. É inevitável a simpatia imediata com o personagem. Todo o elenco quadjuvante tem seus momentos em tela e se sai muito bem.


Pra quem se interessa pelas adaptações cinematográficas das obras de Stephen King, vale conferir também, além deste À espera de um milagre e Um sonho de liberdade, O Nevoeiro de 2009, também dirigido por Frank Darabont.


Nota: 9