A fita branca (Das Weisse Band) – Alemanha – 2009
Direção: Michael Haneke
Roteiro: Michael Haneke
Ambientado na Alemanha no período pré Primeira Guerra Mundial, A fita branca conta a história de um vilarejo no qual seus habitantes vivem no sistema feudal que passa por uma série de acontecimentos estranhos, dos quais ninguém sabe quem é o autor e que acaba gerando, por conseqüência, punições para seus moradores.
Servindo como muleta (leia-se alegoria) para os fatos que culminaram na Segunda Guerra Mundial, a história gira em torno, em grande parte, das crianças daquela vila, que são submetidas à violência, desumanidade e falta de cuidado por parte dos adultos que os cercam. Seja o barão, o doutor da vila ou mesmo o pastor, que reprime qualquer manifestação de personalidade de seus filhos. Olhando a realidade daqueles pequenos seres humanos, não é difícil imaginar que foi de fato aquela geração que protagonizou uma das maiores manchas da história da humanidade: o nazismo.
Adotando uma fotografia magnífica em preto e branco, entendemos que para Michael Haneke não é interessante mostrar a beleza dos cenários, pessoas ou locações, mas sim, a falta de vida, amor e alegria daqueles seres que povoam o lugarejo.
Pessimismo com a humanidade é o sentimento predominante passado por Haneke. Praticamente todos os personagens agem com desumanidade uns para com os outros sem o menor pudor, como se aquela atitude fosse o comum e o aceitável daquele ambiente a séculos. Os homens pisam e humilham a mulheres, as crianças, enquanto pessoas mais suscetíveis à influência do ambiente, acabam tendo que carregar todo o peso e as conseqüências da falta de caráter e valor de seus superiores. E a fita branca do título, que para o reverendo do filme é símbolo de pureza e inocência, nada mais é do que símbolo das amarras emocionais, morais e sociais à que as pobres crianças estão submetidas. Nesse ponto, as performances do elenco se sobressaem, inclusive o elenco infantil, extremamente expressivo e assustadoramente profissional da arte de atuar, mesmo tão jovens.
Vencedor de vários prêmios ao redor do mundo, A fita branca pode ser considerado por alguns como uma justificativa para os alemães por seu comportamento durante o período que segue a história do filme, mas pra mim o longa somente lança um olhar humano sobre uma geração que sofre por conta dos erros da geração anterior.
Nota: 9
Direção: Michael Haneke
Roteiro: Michael Haneke
Ambientado na Alemanha no período pré Primeira Guerra Mundial, A fita branca conta a história de um vilarejo no qual seus habitantes vivem no sistema feudal que passa por uma série de acontecimentos estranhos, dos quais ninguém sabe quem é o autor e que acaba gerando, por conseqüência, punições para seus moradores.
Servindo como muleta (leia-se alegoria) para os fatos que culminaram na Segunda Guerra Mundial, a história gira em torno, em grande parte, das crianças daquela vila, que são submetidas à violência, desumanidade e falta de cuidado por parte dos adultos que os cercam. Seja o barão, o doutor da vila ou mesmo o pastor, que reprime qualquer manifestação de personalidade de seus filhos. Olhando a realidade daqueles pequenos seres humanos, não é difícil imaginar que foi de fato aquela geração que protagonizou uma das maiores manchas da história da humanidade: o nazismo.
Adotando uma fotografia magnífica em preto e branco, entendemos que para Michael Haneke não é interessante mostrar a beleza dos cenários, pessoas ou locações, mas sim, a falta de vida, amor e alegria daqueles seres que povoam o lugarejo.
Pessimismo com a humanidade é o sentimento predominante passado por Haneke. Praticamente todos os personagens agem com desumanidade uns para com os outros sem o menor pudor, como se aquela atitude fosse o comum e o aceitável daquele ambiente a séculos. Os homens pisam e humilham a mulheres, as crianças, enquanto pessoas mais suscetíveis à influência do ambiente, acabam tendo que carregar todo o peso e as conseqüências da falta de caráter e valor de seus superiores. E a fita branca do título, que para o reverendo do filme é símbolo de pureza e inocência, nada mais é do que símbolo das amarras emocionais, morais e sociais à que as pobres crianças estão submetidas. Nesse ponto, as performances do elenco se sobressaem, inclusive o elenco infantil, extremamente expressivo e assustadoramente profissional da arte de atuar, mesmo tão jovens.
Vencedor de vários prêmios ao redor do mundo, A fita branca pode ser considerado por alguns como uma justificativa para os alemães por seu comportamento durante o período que segue a história do filme, mas pra mim o longa somente lança um olhar humano sobre uma geração que sofre por conta dos erros da geração anterior.
Nota: 9