Toy Story 3 (Idem) – EUA – 2010
Direção: Lee Unkrich
Roteiro: Michael Arndt
Quando escrevi sobre Up – Altas aventuras, não poupei elogios para a Pixar, empresa fundada por John Lasseter. E agora, depois de sair da sala de cinema na qual assisti a mais nova empreitada de Lasseter e companhia, não consigo pensar em outro elogio para eles além de geniais. Já estamos na metade do ano e até agora tinha visto poucas produções que haviam me emocionado tanto como esse mais novo Toy Story 3.
Onze anos se passaram desde a segunda parte, e com esses anos, Andy, o dono dos brinquedos se tornou em rapaz e está prestes a ir para a Universidade. Preocupados com seu destino e sentindo saudades de brincar com Andy, os brinquedos estão diante de um destino cruel: ir para o sótão ou serem doados para a creche. Nenhum dos destinos os agrada, visto que em ambos ficarão longe de seu amado dono. Vendo seus amigos brinquedos em apuros na creche, Woody, que havia se separado, se sente na obrigação de resgatá-los e levá-los para perto de Andy novamente.
O que poderia ser uma continuação boba que simplesmente reviveria os melhores momentos dos dois primeiros filmes é na verdade uma seqüência lógica dos acontecimentos, que aborda um drama que qualquer brinquedo (se tivesse vida, é claro) viveria: a separação do seu dono por este ter crescido e ter agora interesse em outras coisas. Não há como não se lembrar de nossa infância e dos brinquedos que deixamos para trás, o que simboliza também a perda da inocência e do mundo de fantasia em que vivem as crianças. Algo retratado de forma brilhante na divertidíssima seqüência inicial do filme. E como é tocante ver a felicidade dos brinquedos que consideram um pequeno momento com seu dono único.
E se o roteiro explora ao máximo o drama e a profundidade que a história pode render, é claro que não faltam os momentos engraçados, as seqüências de aventura de tirar o fôlego, os momentos tensos e o momentos ternos e sensíveis. Fiquei muito emocionado em certa parte em que todos os brinquedos seguram as mãos uns dos outros diante do inevitável. Inclusive vi pais de crianças chorando. Se todos os filmes em live action de Hollywood tivessem essa qualidade, seria excelente.
Outro ponto que se destaca é o vilão, um grande urso roxo que lidera os brinquedos na creche. Enquanto na maioria das produções, vilões são maus por natureza e atrapalham os mocinhos apenas por prazer, aqui, através de um emocionante flashback, conhecemos a triste história do urso e seus dois amigos e passamos a entender melhor o porquê de suas atitudes. Ele se torna um personagem tridimensional e “humanizado” pelo roteiro, pode-se dizer. E nisto, estamos falando num filme supostamente para crianças.
Com relação ao visual do longa, não há muito que falar sendo uma produção da Pixar. A direção de arte trata com muito cuidado todos os cenários, a aparência dos brinquedos e dos seres humanos, transmitindo a mensagem visual de forma clara como deve ser. A direção ágil torna as seqüencias de ação sempre empolgantes, e até mesmo aquela batida cena de sucessiva troca de roupas é hilária, sem ser clichê. Também não faltam as referências clássicas da série a outros filmes, como Missão impossível e O senhor dos anéis, que são os que me lembro.
Com personagens novos muito interessantes, Toy Story 3 ficará pra sempre na memória dos espectadores. Não é só mais um filme de animação. É, com certeza, um dos melhores filmes de 2010.
Nota: 10
Direção: Lee Unkrich
Roteiro: Michael Arndt
Quando escrevi sobre Up – Altas aventuras, não poupei elogios para a Pixar, empresa fundada por John Lasseter. E agora, depois de sair da sala de cinema na qual assisti a mais nova empreitada de Lasseter e companhia, não consigo pensar em outro elogio para eles além de geniais. Já estamos na metade do ano e até agora tinha visto poucas produções que haviam me emocionado tanto como esse mais novo Toy Story 3.
Onze anos se passaram desde a segunda parte, e com esses anos, Andy, o dono dos brinquedos se tornou em rapaz e está prestes a ir para a Universidade. Preocupados com seu destino e sentindo saudades de brincar com Andy, os brinquedos estão diante de um destino cruel: ir para o sótão ou serem doados para a creche. Nenhum dos destinos os agrada, visto que em ambos ficarão longe de seu amado dono. Vendo seus amigos brinquedos em apuros na creche, Woody, que havia se separado, se sente na obrigação de resgatá-los e levá-los para perto de Andy novamente.
O que poderia ser uma continuação boba que simplesmente reviveria os melhores momentos dos dois primeiros filmes é na verdade uma seqüência lógica dos acontecimentos, que aborda um drama que qualquer brinquedo (se tivesse vida, é claro) viveria: a separação do seu dono por este ter crescido e ter agora interesse em outras coisas. Não há como não se lembrar de nossa infância e dos brinquedos que deixamos para trás, o que simboliza também a perda da inocência e do mundo de fantasia em que vivem as crianças. Algo retratado de forma brilhante na divertidíssima seqüência inicial do filme. E como é tocante ver a felicidade dos brinquedos que consideram um pequeno momento com seu dono único.
E se o roteiro explora ao máximo o drama e a profundidade que a história pode render, é claro que não faltam os momentos engraçados, as seqüências de aventura de tirar o fôlego, os momentos tensos e o momentos ternos e sensíveis. Fiquei muito emocionado em certa parte em que todos os brinquedos seguram as mãos uns dos outros diante do inevitável. Inclusive vi pais de crianças chorando. Se todos os filmes em live action de Hollywood tivessem essa qualidade, seria excelente.
Outro ponto que se destaca é o vilão, um grande urso roxo que lidera os brinquedos na creche. Enquanto na maioria das produções, vilões são maus por natureza e atrapalham os mocinhos apenas por prazer, aqui, através de um emocionante flashback, conhecemos a triste história do urso e seus dois amigos e passamos a entender melhor o porquê de suas atitudes. Ele se torna um personagem tridimensional e “humanizado” pelo roteiro, pode-se dizer. E nisto, estamos falando num filme supostamente para crianças.
Com relação ao visual do longa, não há muito que falar sendo uma produção da Pixar. A direção de arte trata com muito cuidado todos os cenários, a aparência dos brinquedos e dos seres humanos, transmitindo a mensagem visual de forma clara como deve ser. A direção ágil torna as seqüencias de ação sempre empolgantes, e até mesmo aquela batida cena de sucessiva troca de roupas é hilária, sem ser clichê. Também não faltam as referências clássicas da série a outros filmes, como Missão impossível e O senhor dos anéis, que são os que me lembro.
Com personagens novos muito interessantes, Toy Story 3 ficará pra sempre na memória dos espectadores. Não é só mais um filme de animação. É, com certeza, um dos melhores filmes de 2010.
Nota: 10