segunda-feira, 27 de junho de 2011

Sessão “Como esquecer?” (1)

Se existe algo que todos que já tenham assistido a um bom filme sabem, mesmo que de forma empírica, é que a obra de arte chamada Filme, com os seus atributos áudio-visuais e o bom uso da linguagem cinematográfica podem causar um enorme impacto emocional e intelectual nos expectadores. E como conseqüência desse impacto, vem uma aprendizagem que retiramos da história à que estamos assistindo, ou temos apenas nossas emoções tocadas de alguma forma: seja rindo, chorando, nos assustando, ficando revoltados, relaxados, etc... Mas uma coisa todos sabem: o bom Cinema leva os seus espectadores a uma profunda reflexão.

Baseado nisso, resolvi criar essa sessão intitulada “Como esquecer?”. Seu objetivo é relembrar os momentos de um filme que ecoaram na nossa mente muito tempo depois que saímos da sala de cinema. Os momentos em que toda a história de certo filme convergiu e culminou num clímax inesquecível. Ou um momento que apenas nos fez chorar ou rir, evocando nossos sentimentos mais básicos.

Gostaria que vocês comentassem as cenas e sugerissem outras para os próximos capítulos da sessão.

Spoiler alert!
O Senhor dos Anéis – A Sociedade do Anel (The Lord of the rings – the Fellowship of the Ring – 2001)
Descrição da cena: Gandalf impede que o Balrog, a criatura de fogo das profundezas de Mória, passe pela ponte de Khazad-Dûm e destrua a Sociedade do Anel.
Nesta hora percebemos os perigos aos quais a Sociedade está submetida e a magnitude do poder do Mago Gandalf. Qualquer pessoa fica sem fôlego e na beira do assento assistindo à cena. Peter Jackson estava criando um clássico e um marco na história do Cinema.


Sobre meninos e Lobos (Mystic River – 2003)
Descrição da cena: Jimmy Markum (Sena Penn) chega ao local de um crime e percebe que a sua jovem filha é o corpo.
A atuação de Penn e a direção segura de Clint Eastwood fazem da cena o que ela é. São necessários vários policiais para conter o homem revoltado, que mostra que tanto suas demonstrações de amor quanto as de ódio são violentas. A cena diz muito a respeito de seu personagem e deixa qualquer um com um nó na garganta e com medo do que vem a seguir.


Lawrence da Arábia (Lawrence of Arabia – 1962)
Descrição da cena:
Lawrence contraria todos os peregrinos e volta para resgatar um colega que caiu no deserto devido à exaustão.
Com a frase “Nada está escrito!...” Lawrence (Peter O’Toole) não só vai na contramão das tradições e crenças religiosas do povo da Arábia, no qual ele estava inserido, mas mostra a sua natureza rebelde para com as regras e também muita nobreza de caráter. Descobrir suas motivações no filme é tarefa difícil, visto que elas parecem mudar a cada momento; mas uma coisa é fato: Lawrence amava ser idolatrado pelo povo, e sua atitude descrita na cena com certeza ajudou muito. E o vento levou (Gone with the Wind – 1939)
Descrição da cena:
Scarlet O’Hara chega em Tara depois da Guerra e encontra a fazenda destruída, sua mãe morta, seu pai louco e suas irmãs perdidas.
Quando Scarlet (Vivien Leigh) jura debaixo do por do sol em Tara que nunca mais vai passar fome, nem que tenha que roubar, matar e mentir, ninguém a julga. Porque até ali tínhamos acompanhado sua jornada pela sobrevivência e também por amor. E um dos instintos mais básicos dos seres humanos é, sem dúvida, o de sobrevivência. Scarlet demonstrou que tinha de sobra pra ela, pra toda sua família e também para Melanie. O Mágico de Oz (The Wizard of Oz – 1939)
Descrição da cena: Dorothy (Judy Garland), depois de conhecer seus três novos amigos na terra de Oz e encontrar com o poderoso mágico, chega a uma curiosa conclusão.
Um filme cheio de profundidade e subtextos disfarçado num filme infantil. É assim que eu costumo definir “O mágico de Oz”. Quando Dorothy aprende que “não há lugar como o lar...” é porque ela passou por toda uma jornada que mostrou isso a ela. E nesse meio tempo, nós nos divertimos com as canções inesquecíveis, os personagens adoráveis e a história envolvente.
Vou tentar manter o número de cinco cenas por capítulo. Até a próxima.