Direção: Robert Z. Leonard
Roteiro: Aldous Huxley, Helen Jerome e Jane Murfin, baseado no livro de Jane Austen
Quem me conhece sabe da minha admiração pelo trabalho da inglesa Jane Austen e pelas adaptações cinematográficas recentes de duas de suas obras. Primeiro, Razão e sensibilidade dirigido por Ang Lee em 1995 e depois Orgulho e Preconceito dirigido pelo ótimo Joe Wright em 2005, filme que exerce verdadeira fascinação sobre mim. Foi com curiosidade que me dispus a assistir essa versão de 1940 dirigida pelo talentoso Robert Z. Leonard. A minha surpresa residiu no fato de o roteiro e direção terem mudado o tom da narrativa, que no livro de Austen é um drama com humor ácido e crítico, para uma comédia de costumes da Inglaterra Vitoriana. Isso prejudicou a obra um pouco, mas não deixou de se tornar uma escolha curiosa. Mas, com exceção desta mudança de tom, o filme se mantém bem fiel à narrativa, desenvolvendo com cuidado e bom humor a batida história do casal que se odeia à primeira vista, mas que acaba descobrindo uma atração e uma afinidade com o tempo. Mas a história se abrilhanta mesmo é com o ótimo elenco, com Laurence Oliver na pele do famoso Mr. Darcy, Greer Garson como Elisabeth Benett, a personagem mais famosa de Austen com seu charme e persipicácia, Mary Boland como a impagável Senhora Benett e todo o elenco de apoio. A direção de Leonard é charmosa, trazendo todo o clima em que aquelas vidas sem propósito viviam, se preocupando apenas com a vida em sociedade, arranjar um casamento ou uma moça descente pra casar e o tamanho da fortuna alheia. Nesses momento o filme ganha força, porque o humor ácido e os diálogos afiados de Austen são preservados. A trilha sonora, direção de arte e figurinos são excepcionais. Orgulho e preconceito de 1940 é um ótimo entretenimento para quem se importa com os clássicos do início do Cinema.