domingo, 8 de abril de 2012

Prazer estendido

Sei que a declaração que estou prestes a fazer é vergonhosa, mas tenho que fazê-la. Somente esse ano eu vi a versão estendida da trilogia O Senhor dos Anéis, já lançada há bastante tempo por Peter Jackson. A verdade é que eu nunca tive o interesse de procurar ou o tempo, mas acho que foi falta de cuidado mesmo, por achar que essas cenas a mais, que eu não imaginava que eram tantas, em nada acrescentariam à obra original lançada nos cinemas. Mas eu não poderia estar mais errado.
Essas versões acrescentam em média em torno de trinta minutos a cada filme, sendo um pouco mais do terceiro, que tem um total de quatro horas de duração (uau!). Somando tudo, dá mais ou menos uma hora e meia a mais de filme para a trilogia. Por fim, fiquei me perguntando: como não pensei em ver isso antes?! Visto que sou muito fã dos livros, que considero um dos meus favoritos e o mundo considera um dos mais influentes do século passado, e também amo muito os filmes e o trabalho de Peter Jackson. Para mim, Tolkien e Jackson são gênios em suas respectivas artes.
Quando assistia às versões de cinema da trilogia, sempre me lembrava de fatos que existiam no livro, mas não no filme, mas nunca tinha pensado que Jackson na verdade tinha filmado muitos deles, mas que por motivos óbvios de cortes do estúdio e de decisão de Jackson também (poucas pessoas vão querer assistir um filme de 4 horas de duração), haviam sido excluídos na edição final.
Para citar alguns desses fatos que mais me emocionaram ou chamaram a minha atenção: a introdução sobre os hobbites e seu modo de vida presente no prefácio do livro, as cenas extras em Minas Mória, os presente de Galadriel para a sociedade, os detalhes do convívio de Merry e Pippin com Barbárvore, a preferência de Lord Denethor pelo filho Boromir ao invés de Faramir mostrada com cuidado em uma linda seqüência, a conversa da Sociedade com Saruman derrotado (me lembro que no livro existe um capítulo só para isso), as cenas extras da jornada de Frodo e Sam em Mordor, as desventuras de Aragorn, Legolas e Gimli nas Sendas dos mortos, os takes incríveis da batalha nos portões de Gondor, o relacionamento de Faramir e Eowyn nas Casas de Cura, e muitos outros. Praticamente todas as seqüências sofreram cortes, e para aqueles que já viram muitas vezes a versão de cinema, fica fácil identificar até mesmo um único frame diferente.
Confesso que para muitos, a versão mais curta já parecia muito longa, o que de fato é. Então assistir a versão entendida de algo que já era longo pode parecer uma idéia absurda. Creio que a versão mais longa seja só para os fortes. Brincadeiras a parte, para os fãs da obra como eu, uma hora e meia a mais da Terra Média acompanhando uma história tão incrível com personagens que aprendemos a amar não parece tão má idéia assim.
Deixa eu fica mas um pouco na Terra Média?”. (Frodo Bolseiro para Gandalf)