quarta-feira, 18 de abril de 2012

Titanic em 3D. É mesmo necessário?

Não gosto da ideia de converter filmes rodados em 2D para 3D. A linguagem 3D é relativamente nova, mas uma coisa já é muito clara: ela mudou conceitos básicos na concepção estética dos filmes. Como exemplo com relação ao campo e contra campo e a predominância de planos abertos no 3D em detrimento de planos fechados, só para citar alguns. A conversão de filmes para 3D só tem servido como uma muleta comercial, para atrair mais público. Pessoas (acredite ou não, eu já vi isto acontecer) chegam à bilheteria do cinema e perguntam “quero o ingresso do filme em 3D que está passando”... Enfim, esta pessoa em questão, que é uma fatia considerável do público, ignora completamente a obra que está prestes a assistir e encara o cinema como um simples entretenimento rápido e relativamente barato, algo que se assemelha a um parque de diversões, talvez. Coisa que acho absurda.

Cinema é sim entretenimento. E se um dia deixar de ser vai perder totalmente a graça. Mas antes disso é Arte, e transmite conceitos, ideias, emociona a audiência entre outras coisas. Isso nos leva aos relançamentos de grandes blockbusters em 3D, como Star Wars – Ameaça Fantasma e Titanic. É de se esperar que as duas trilogias completas de George Lucas sejam lançadas novamente no cinema em 3D e também há boatos de que O Senhor dos Anéis irá pelo mesmo caminho. Assisti à Ameaça Fantasma e Titanic convertidos, mas não pelo fato de achar relevante vê-los assim, mas sim por simplesmente aproveitar a oportunidade para ver ou rever esses longas na telona. Porém um fato permanece: se um filme foi concebido em 2D, ele deve ser exibido em 2D, não em 3D. Alguns falam que isso é mutilar a obra original, o que de certa forma eu concordo, mas acho também o uso do termo um pouco exagerado.

Voltando ao filme... Titanic se tornou tão popular que hoje em dia é comum encontrar pessoas que gostam de odiá-lo pelo simples prazer de ser diferente de todo o resto do mundo que ama o filme. Mas negar a qualidade do filme é algo que acho patético. A história de amor, mesmo sendo um tanto clichê (rapaz pobre se apaixona por moça rica), é contada de forma incrível por James Cameron. Todos os quadjuvantes têm seu momento em cena bem aproveitado e têm sua importância. O que poderia ser simplesmente um filme sobre um naufrágio, é um filme sobre pessoas, que emociona do início ao fim, e por isso se faz importante. Sem contar em todo o avanço em tecnologia de efeitos visuais que Cameron desenvolveu e trouxe para a indústria cinematográfica com o filme.

Confesso que assistir ao longa no cinema (acredite, eu só tinha visto em casa) foi incrível. O 3D é simbólico. Mas pela primeira vez chorei e passei um bom tempo depois da sessão pensando no que eu acabara de ver e na experiência cinematográfica que James Cameron proporcionou.

Fiquei muito feliz em ver a sala de Cinema cheia. Isso significa, como minha amiga Daniele disse, que o filme tem algo, independente do que os haters hoje em dia falem. Mas em um ponto eu tenho que concordar com os haters: agente podia ter passado sem a música da Celine Dion.