Direção: Lone Scherfig
Roteiro: Nick Hornby, baseado nas memórias de Lynn Barber
Jenny (Carey Muligan), moça suburbana de uma charmosa Londres da década de sessenta alimenta o sonho, juntamente com seus pais, de entrar para a universidade de Oxford e empenha todos os seus esforços e o seu tempo nessa empreitada. Vivendo uma rotina apertada de estudos sem muita diversão, Jenny conhece Danny (Dominic Cooper), rapaz com o dobro de sua idade e experiência de vida que lhe mostra um mundo completamente novo e atraente, repleto de festas badaladas, peças de teatro caras, bebidas e comidas sofisticadas e diversão sem limites. Encantada por esse mundo, Jenny mergulha de cabeça nele e em seu relacionamento com Danny, mesmo depois de tomar conhecimento de uma fraqueza (ou defeito moral) na forma como ele ganha a vida junto com seu amigo. Esse foi o seu maior erro. Mas a princípio, aquele mundo para Jenny representava um escape de seus pais, sua escola e seu estilo de vida aparentemente monótono. Isso pode ser notado pela sua opinião em relação a seus pais e seus professores, que considera que não conhecem nada a respeito da vida real, apenas livros e educação. A divisão e confusão que Jenny enfrenta é perfeitamente retratada pelo maravilhoso roteiro de Hornby responsável pelos ótimos Um grande garoto e Alta fidelidade e também pela performance memorável de Muligan, surpreendente para um atriz tão jovem e inexperiente. A Jenny de Muligan é inteligente, bem humorada, perspicaz e bela, mas de uma beleza ao mesmo tempo comum e encantadora. E, mesmo com o fato de ser inteligente e esperta ela se vê em uma situação que a sua inteligência não a pode livrar de sua falta de experiência, mas não existe nada mais normal nos jovens do que isso: cometer erros por falta de experiência e aprender com eles. A direção da dinamarquesa Scherfig é muito talentosa, que faz com que o expectador simpatize com Jenny desde o início, tornando a personagem muito humana e normal, passível de cometer erros como qualquer um de nós. Principalmente diante das situações que lhe foram apresentadas. Com um elenco de apoio memorável, com Alfred Molina como o severo, porém amável pai de Jenny, Emma Thompson como a diretora do colégio, o filme é uma experiência muito agradável e principalmente emocionante. A produção salta aos olhos, com a recriação de época de Londres excepcional e figurinos elegantes. Educação é um filme emocionante e também, porque não, educativo.