Preciosa (Precious) - EUA - 2009 *****
Direção: Lee Daniels
Roteiro: Geoffrey Fletcher, baseado no livro “Push” de Sapphire
Claireece Precious Jones (Gabourey Sidibe) é uma adolescente pobre do bairro Harlem na década de oitenta. Com um histórico de sofrimento, Precious se vê grávida pela segunda vez de seu próprio pai biológico que comete abusos desde sua infância, é semi-analfabeta, negra, obesa e é tratada como um lixo pela sua terrível mãe, vivida brilhantemente por (Mo’Nique). Seu nome Precious não é nada mais do que uma ironia, a julgar pelo tratamento que a moça recebe de todos a sua volta, de preciosa ela não tem simplesmente nada para aquelas pessoas. O filme teria tudo para ser um melodrama digno de uma novela mexicana, mas Lee Daniels constrói uma história muito realista e tocante. Sentimos pena de Precious, é claro, mas isso só colabora para torcermos pelo seu futuro e sua superação. O filme é como diz o desnecessário subtítulo brasileiro, “uma história de esperança”. Daniels usa muito bem a linguagem cinematográfica, como nos momentos em que a protagonista é maltratada pela mãe, ela se olha no espelho e enxerga uma moça loira e magra, porém no fim, quando passa a se encontrar como pessoa e amadurece, vê a si mesma. Outro momento muito emocionante é quando vemos Precious ler as suas primeiras palavras. Emocionamo-nos junto com sua professora. Um ponto que me incomodou foi o momento em que Precious entra pela primeira vez na sala de aula de sua nova escola e vemos algo como que um raio de luz saindo de lá. Destoa um pouco do tom realista do filme, mas não é nada que comprometa o resultado final. Todo o elenco se sai muito bem, começando por Gabourey Sidibe com uma performance contida, mas muito expressiva, Mo’Nique (minha aposta ao Oscar) que mostra uma entrega total à personagem e até mesmo Mariah Carey e Lenny Kravitz, que não lembram nem um pouco os pop stars a que estamos acostumados. A trilha sonora é muito contida também e quase inexistente, mas acerta nos poucos momentos em que aparece. A direção de arte recria sutilmente os anos oitenta e a fotografia sem muitas cores ressalta a falta de felicidade daquelas vidas. Precious é um drama de qualidade muito tocante e profundo.
Direção: Lee Daniels
Roteiro: Geoffrey Fletcher, baseado no livro “Push” de Sapphire
Claireece Precious Jones (Gabourey Sidibe) é uma adolescente pobre do bairro Harlem na década de oitenta. Com um histórico de sofrimento, Precious se vê grávida pela segunda vez de seu próprio pai biológico que comete abusos desde sua infância, é semi-analfabeta, negra, obesa e é tratada como um lixo pela sua terrível mãe, vivida brilhantemente por (Mo’Nique). Seu nome Precious não é nada mais do que uma ironia, a julgar pelo tratamento que a moça recebe de todos a sua volta, de preciosa ela não tem simplesmente nada para aquelas pessoas. O filme teria tudo para ser um melodrama digno de uma novela mexicana, mas Lee Daniels constrói uma história muito realista e tocante. Sentimos pena de Precious, é claro, mas isso só colabora para torcermos pelo seu futuro e sua superação. O filme é como diz o desnecessário subtítulo brasileiro, “uma história de esperança”. Daniels usa muito bem a linguagem cinematográfica, como nos momentos em que a protagonista é maltratada pela mãe, ela se olha no espelho e enxerga uma moça loira e magra, porém no fim, quando passa a se encontrar como pessoa e amadurece, vê a si mesma. Outro momento muito emocionante é quando vemos Precious ler as suas primeiras palavras. Emocionamo-nos junto com sua professora. Um ponto que me incomodou foi o momento em que Precious entra pela primeira vez na sala de aula de sua nova escola e vemos algo como que um raio de luz saindo de lá. Destoa um pouco do tom realista do filme, mas não é nada que comprometa o resultado final. Todo o elenco se sai muito bem, começando por Gabourey Sidibe com uma performance contida, mas muito expressiva, Mo’Nique (minha aposta ao Oscar) que mostra uma entrega total à personagem e até mesmo Mariah Carey e Lenny Kravitz, que não lembram nem um pouco os pop stars a que estamos acostumados. A trilha sonora é muito contida também e quase inexistente, mas acerta nos poucos momentos em que aparece. A direção de arte recria sutilmente os anos oitenta e a fotografia sem muitas cores ressalta a falta de felicidade daquelas vidas. Precious é um drama de qualidade muito tocante e profundo.