Entre dois amores (Out of Africa) – EUA – 1985
Direção: Sydney Pollack
Roteiro: Kurt Luedtke, baseado no livro de autobiográfico de Karen Blixen
Mesmo tendo uma aura de épico e grandioso, Entre dois amores é antes de qualquer coisa, um filme intimista, que mantêm o foco no relacionamento de Karen (Meryl Streep) e Denys (Robert Redford), mas principalmente, na jornada emocional e de aprendizado de Karen na África, na qual ela acaba amadurecendo e se encontrando como ser humano.
O filme tem início na Dinamarca na década de 1910, terra natal de Karen. Com poucos minutos, Pollack já começa a estabelecer as características de seus personagens. Karen e o Barão Bror Blixen (Klaus Maria Brandauer) decidem se casar por um motivo fora do convencional. Karen era amante de seu irmão, mas agora sem este, vê no casamento com o barão a conclusão óbvia da história dos dois, já que eram amigos e precisavam se estabelecer diante da sociedade.
Os dois se casam e vão para África, para, com o dinheiro de Karen, iniciar uma fazendo de gado. Quando chega, Karen já percebe que seus planos foram mudados por seu marido sem seu consentimento, o que gera uma crise no casal. Ele decidiu cultivar café na fazenda, mesmo ninguém nunca tendo conseguido plantar café com a altitude que a fazenda possui.
Devido às constantes ausências do marido, Karen acaba por se envolver com o caçador Denys, começando um romance passional e ao mesmo tempo profundo com este, e se encantando pelo homem que é um tanto um tanto bruto, mas sensível a ponto de escutar Mozart e se emocionar ao ouvir e boas histórias.
Pollack conta a sua história sem pressa alguma, tomando todo o tempo necessário para criar e dar profundidade a seus personagens e desenvolver os relacionamentos entre eles e seus conflitos.
As atuações de Streep (como sempre) e Redford são encantadoras. Comedidas, sem exageros de expressões, mas extremamente profundas e emocionais. Há uma total entrega aos personagens. O público jamais perde a conexão emotiva com eles e jamais os julga. Mesmo Karen às vezes parecendo moralista, sempre se preocupando com a opinião da sociedade (como as suas conversas sobre casamento) e seu título, ou mesmo se mostrando egoísta, ela nunca deixa de ser apenas um ser humano, aos nossos olhos, com defeitos e qualidade. E não é difícil imaginar por que ela se apaixonou por Denys, que tem uma personalidade tão semelhando da sua, mas diferente em outros pontos, o que faz com que os conflitos e discussões dos dois sejam plausíveis, e aumentam ainda mais o interesse de um pelo outro.
Pollack tem um enorme cuidado com o visual do filme, abusando dos planos que mostram as lindas paisagens da fazenda na África, acompanhado pela maravilhosa trilha sonora de John Barry. O passeio de avião do casal no terceiro ato do longa é inesquecível. A recriação de época e os figurinos também são impecáveis.
Quando Karen chega à fazendo e encontra os nativos, ela os trata como animais. No fim de sua jornada na África, ela lutou pelos direitos deles às suas terras. Ela tinha aprendido com a convivência que eles eram seres humanos como qualquer um. Teve a oportunidade de ver a vida do ponto de vista deles e se compadecer de sua situação. Esse é o remédio para qualquer tipo de intolerância e preconceito.
Entre dois amores (não gosto muito do título em português) é um filme que tem a sua importância no fato de emocionar o espectador verdadeiramente, sem manipulação, e por ser um retrato de uma época e um tempo.
Direção: Sydney Pollack
Roteiro: Kurt Luedtke, baseado no livro de autobiográfico de Karen Blixen
Mesmo tendo uma aura de épico e grandioso, Entre dois amores é antes de qualquer coisa, um filme intimista, que mantêm o foco no relacionamento de Karen (Meryl Streep) e Denys (Robert Redford), mas principalmente, na jornada emocional e de aprendizado de Karen na África, na qual ela acaba amadurecendo e se encontrando como ser humano.
O filme tem início na Dinamarca na década de 1910, terra natal de Karen. Com poucos minutos, Pollack já começa a estabelecer as características de seus personagens. Karen e o Barão Bror Blixen (Klaus Maria Brandauer) decidem se casar por um motivo fora do convencional. Karen era amante de seu irmão, mas agora sem este, vê no casamento com o barão a conclusão óbvia da história dos dois, já que eram amigos e precisavam se estabelecer diante da sociedade.
Os dois se casam e vão para África, para, com o dinheiro de Karen, iniciar uma fazendo de gado. Quando chega, Karen já percebe que seus planos foram mudados por seu marido sem seu consentimento, o que gera uma crise no casal. Ele decidiu cultivar café na fazenda, mesmo ninguém nunca tendo conseguido plantar café com a altitude que a fazenda possui.
Devido às constantes ausências do marido, Karen acaba por se envolver com o caçador Denys, começando um romance passional e ao mesmo tempo profundo com este, e se encantando pelo homem que é um tanto um tanto bruto, mas sensível a ponto de escutar Mozart e se emocionar ao ouvir e boas histórias.
Pollack conta a sua história sem pressa alguma, tomando todo o tempo necessário para criar e dar profundidade a seus personagens e desenvolver os relacionamentos entre eles e seus conflitos.
As atuações de Streep (como sempre) e Redford são encantadoras. Comedidas, sem exageros de expressões, mas extremamente profundas e emocionais. Há uma total entrega aos personagens. O público jamais perde a conexão emotiva com eles e jamais os julga. Mesmo Karen às vezes parecendo moralista, sempre se preocupando com a opinião da sociedade (como as suas conversas sobre casamento) e seu título, ou mesmo se mostrando egoísta, ela nunca deixa de ser apenas um ser humano, aos nossos olhos, com defeitos e qualidade. E não é difícil imaginar por que ela se apaixonou por Denys, que tem uma personalidade tão semelhando da sua, mas diferente em outros pontos, o que faz com que os conflitos e discussões dos dois sejam plausíveis, e aumentam ainda mais o interesse de um pelo outro.
Pollack tem um enorme cuidado com o visual do filme, abusando dos planos que mostram as lindas paisagens da fazenda na África, acompanhado pela maravilhosa trilha sonora de John Barry. O passeio de avião do casal no terceiro ato do longa é inesquecível. A recriação de época e os figurinos também são impecáveis.
Quando Karen chega à fazendo e encontra os nativos, ela os trata como animais. No fim de sua jornada na África, ela lutou pelos direitos deles às suas terras. Ela tinha aprendido com a convivência que eles eram seres humanos como qualquer um. Teve a oportunidade de ver a vida do ponto de vista deles e se compadecer de sua situação. Esse é o remédio para qualquer tipo de intolerância e preconceito.
Entre dois amores (não gosto muito do título em português) é um filme que tem a sua importância no fato de emocionar o espectador verdadeiramente, sem manipulação, e por ser um retrato de uma época e um tempo.
Nota: 9,5