Direção: David Yates
Roteiro: Steve Kloves
Por incrível que pareça, esse é o meu primeiro texto aqui no blog sobre a série Harry Potter, que eu tanto gosto. Talvez seja porque mantenho o blog desde o início do ano passado, e de lá pra cá só estreou um título, além desse; ou por preguiça mesmo de começar a escrever sobre a saga desde o início. A questão é: Harry Potter se estabeleceu como um marco no Cinema por vários motivos. Os fãs apaixonados pelo livro se tornaram apaixonados pelos filmes e a aura de fantasia e inventividade do mundo de J. K. Rowling conquistou todas as idades. Não conheço uma franquia tão longa e tão bem sucedida, somando um total de 10 anos desde o primeiro, 8 filmes e muitos bilhões em bilheterias mundiais (Star Wars é um caso a parte). O trio de protagonistas foi alçado ao sucesso mundial da noite para o dia, e além deles, os filmes contam com um elenco de apoio com os melhores atores ingleses da atualidade. Só pra citar alguns: Gary Oldman, Maggie Smith, Kenneth Brannagh, Emma Thompson, Helena Bonhan Carter, Ralph Fiennes, Alan Rickman, Jim Broadbent, Michael Gambon, Timothy Spall, entre outros.
O filme parte do ponto onde a parte 1 parou. Harry precisa achar as horcrux que possuem parte da alma de Voldemort, e encontrar um jeito de destruí-las, tendo assim alguma chance de matá-lo definitivamente. Hogwarts agora é dirigida pelo cruel Prof. Snape. O terror se instalou em todo o mundo bruxo, e Harry só conta com o amor e a coragem de seus amigos.
O roteirista Kloves deixou praticamente toda a ação para esta segunda parte. O filme já começa com um tom de urgência e perigo de morte sempre iminente. Mas esse aspecto do roteiro também não impede que Yates crie momentos mais ternos e reflexivos, sem fazer com que a narrativa perca o ritmo. Exemplo disso são os dois momentos em que Harry encontra e conversa com personagens que já partiram. E sua amizade e confiança com Hermione e Rony se torna praticamente o fio condutor da narrativa, não deixa de ser desenvolvida. Afinal de contas, porque Harry iria querer lutar, se ele já perdeu toda a sua família? A resposta é simples: ele encontrou outra família. Hogwarts, o mundo bruxo, Gina, mas principalmente seus dois colegas de turma. A amizade dos três faz com que a luta presente no longa do bem contra o mal faça sentido para o espectador. Todos entendem perfeitamente qual é o bem pelo que eles estão lutando e qual é o mal com o qual eles estão lutando.
Pelo fato de já conhecermos muito bem todos os personagens e o mundo bruxo em si, afinal já se passaram sete filmes, Yates se concentra mais em concluir a história desenvolvida ao longo dos filmes anteriores. Ele traz um tom épico nunca presente antes em nenhum dos outros. As cenas da invasão de Hogwarts pelos Comensais da Morte é de uma grandiosidade que lembra um pouco a trilogia O Senhor dos Anéis. E a fuga do trio em um dragão é de tirar o fôlego. Assim como outras inúmeras seqüência memoráveis.
É nesse ponto que entram em ação os efeitos visuais e sonoros espetaculares. Yates provou que sabe dirigir um filme e se mostrou a escolha acertada para concluir a série. A evolução é clara: Chris Columbus cumpriu bem o papel de dar início à saga, mas não acrescentou nada de novo ao material. Alfonso Cuarón dirigiu o terceiro, o melhor de todos pra mim, de forma inventiva e ousada. O quarto ficou a cargo de Mike Newell, que cai no mesmo caso de Columbus, um pouco mais bem sucedido. A partir do quinto, Yates assumiu a batuta e mostrou a que veio. Os filmes tomaram um tom mais sombrio (como nos livros) e a história ficou mais adulta (como os personagens).
Concluindo a série arrancando muitas lágrimas dos fãs e aqueles que nem são tão fãs assim, Harry Potter e as Relíquias da Morte parte 2 encerra um marco na história do Cinema, como eu disse, e deixa um gostinho ácido para aqueles que leram os livros como eu e cresceram junto com o Harry, acompanhando suas aventuras periódicas, seja esperando o livro novo ser publicado ou o filme novo ser lançado. Acabou, pessoal. Agora é aproveitar esse momento, depois comprar os DVDs/Blue Rays e reler os livros.
Nota: 10
Vai aqui minha lista dos longas em ordem de preferência. Não significa que eu não goste dos últimos. É só preferência mesmo.
1) O prisioneiro de Azkaban
2) As relíquias da morte parte 2
3) O enigma do príncipe
4) As relíquias da morte parte 1
5) A ordem da Fênix
6) O Cálice de Fogo
7) A Pedra filosofal
8) A Câmara Secreta